Como desenvolver AUTOCONFIANÇA de forma sólida!

Uma das habilidades emocionais que mais vejo dificuldade de as pessoas desenvolverem é a autoconfiança.

Na prática, autoconfiança é o quanto a pessoa se sente segura, capaz de enfrentar os desafios com os recursos e experiência que tem, ou seja, o quanto a pessoa confia na própria habilidade de encarar a os problemas do cotidiano.

Acontece que muitas pessoas acreditam que autoconfiança é algo que a pessoa tem ou não tem, como se fosse uma característica do tipo “tudo ou nada”, e isso cria a ilusão de que é necessário ser bom em tudo ou “isso não vale nada”, mas a realidade é que se trata mais sobre o QUANTO a pessoa confia em si em um determinado contexto, do que SE ela confia.

E a autopercepção de “confiar em si” não é homogênea para todas as áreas da vida. Existem áreas que você domina e naturalmente se sente confiante, porém em outras pode se sentir mais inseguro, limitado.

Por isso que para desenvolver autoconfiança é necessário antes, definir em qual área da vida a pessoa quer se sentir mais confiante. No trabalho? Nos relacionamentos? Na relação com ela mesma?

Essa primeira etapa é fundamental para que você ajuste o foco. É mais fácil desenvolver autoconfiança em uma área da vida e depois expandir para outras do que tentar melhorar tudo ao mesmo tempo.

A seguir é necessário compreender quais são os elementos que precisam ser desenvolvidos para que a sua autoconfiança melhore.

Seleciono aqui os 3 principais:

  1. Construção de um estado emocional positivo
  2. Desenvolvimento de habilidades técnicas
  3. Conclusões obtidas pela experiência de vida

E como desenvolver cada uma delas? Vamos lá!

1- Construção de um estado emocional positivo.

Você sabia que suas emoções surgem a partir do significado que você dá para cada fato da sua vida, desde a infância?

Pois é… E podemos escolher interpretar as coisas que acontecem ao nosso redor de forma mais leve.

Por exemplo: Você é escalado para fazer uma apresentação em uma reunião.
Você pode interpretar como um castigo que estão lhe aplicando ou como uma chance de apresentar o bom trabalho que tem feito.

Ver como castigo te traz sofrimento. Interpretar como uma valorização do seu trabalho te deixa alegre e empolgado.

Encarar o mundo como um ambiente de aprendizado e evolução traz um estado emocional muito mais positivo do que acreditar que a sua vida será só sofrimento.

E para desenvolver um estado emocional mais positivo é essencial investir no autoconhecimento.

2- Desenvolvimento de habilidades técnicas.

Não tem como desenvolver autoconfiança se você não sabe o que precisa ser feito e nem como fazê-lo.

Imagine ter que fazer aquela apresentação em cima de um tema que você desconhece. Como se sentir confiante?

Então desenvolver habilidades técnicas é parte fundamental no processo de construção da autoconfiança, para isso é necessário estudar, pesquisar, aprender, praticar. Leva tempo.

Observo que algumas pessoas têm minimizado a importância das hard skill, como sendo algo “que se aprende fácil”, mas isso não é verdade e nem traz resultados duradouros. Você confiaria em uma pessoa muito empolgada, confiante, mas que não entende nada de aviação para ser o piloto do seu avião?

3- Conclusões obtidas pela experiência de vida.

Ao colocar em prática o que estudou, você consegue testar e ver o que funciona. Cada resultado serve como um ponto de evolução e aumenta o seu repertório, se você decidir aprender algo com aquela experiência.

Observe que a percepção de autoconfiança embora seja uma sensação – “me sinto confiante” – pode ser ampliada a partir dessas conclusões.

Explico melhor: Naquele mesmo cenário da apresentação, depois da ansiedade inicial, você faz a apresentação e, logo após terminar, recebe alguns elogios e feedbacks.

Ao terminar a reunião, vem uma sensação de alívio e imediatamente você começa a analisar o seu desempenho: “será que as pessoas me entenderam direito?”; “será que eu parecia muito nervoso(a)?

Dependendo das respostas que você der à essas perguntas, isso irá aumentar ou minar a sua autoconfiança.

Se você faz uma avaliação positiva do seu resultado “acho que fui bem, porque as pessoas pareciam interessadas” isso irá aumentar a sua confiança para uma próxima apresentação.

Se chegar à conclusão que não foi tão bom assim, mas tirar dali um ponto de aprendizado, isso te trará um potencial para melhorar a autoconfiança, na medida que fechar essa lacuna – “acho que faltou ser mais específico na hora de apresentar a justificativa para aquele número. Estarei atento na próxima”.

Agora se a sua autoavaliação for pejorativa, certamente isso irá detonar sua autoconfiança – “Como pude ser tão burro e esquecer de colocar a fonte de referência daqueles dados?! Ahh… Não levo jeito para isso mesmo”.

Ao buscar desenvolver de forma contínua esses 3 elementos: estado emocional, habilidades técnicas e construir conclusões a partir experiência de vida, você irá aumentar gradualmente sua autoconfiança de forma sólida e sustentável.

Infelizmente algumas pessoas têm afirmado que é possível melhorar a autoconfiança somente com autoafirmações positivas e outros atalhos, mas o que tenho observado na prática é que isso acaba gerando um boost inicial de energia e uma decepção muito maior mais para frente por faltar solidez nessa construção.

Agora quando você decide colocar energia naqueles 3 elementos de forma continua, você cresce e isso te retroalimenta trazendo mais energia para dar o próximo passo e avançar ainda mais.

Lembre-se que ninguém nasce pronto. É necessário se expor às intempéries do tempo como sol, vento e chuva para florescer. E nem tudo é perfeito.

Até, de repente, ficar.

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