Ok. Você decidiu que precisa aprender a falar “não”.
Já entendeu os motivos e tem certeza de que isso vai te ajudar.
Mas na hora “H”, vem aquele medo de não conseguir, ou de fazer da forma errada.
Então nesse momento vou te mostrar como comunicar o seu “Não” de forma pacífica e assertiva.
Para isso é preciso saber que toda mensagem é transmitida em 3 níveis:
- Conteúdo verbal (formal) da fala;
- Modulação da voz;
- Estado emocional no momento da fala.
Isso é importante porque é muito frequente as pessoas falarem “não” no conteúdo verbal da fala e transmitir uma outra mensagem nos outros níveis, o que obviamente gera confusão e conflito.
Por exemplo: Você quer falar “Não” para uma demanda do seu chefe e a comunicação no final acaba saindo conforme abaixo:
- Conteúdo verbal: “Entendo que isso precisa ser feito, mas não consigo nesse prazo!”
- Modulação da voz: Tom áspero, ríspido, agressivo.
- Estado emocional: Irritação, com um pensamento na cabeça “que absurdo pedir isso, com esse prazo!”.
Nesse caso a mensagem que está sendo transmitida é mais do que um “não”, inclui também a ideia de que cogitar essa entrega nesse prazo é um total absurdo. E isso pode gerar uma reação negativa desnecessária do seu chefe.
Ou no seguinte cenário: Seu filho(a) pede para ficar jogando videogame até mais tarde, mas já passou da hora combinada de ele(a) desligar.

- Diante disso você pode dizer: “Olha, você precisa desligar. Já passou da hora combinada…”. (obs. Essa é uma forma de falar não sem precisar falar não)
- Modulação da voz: Inseguro(a). Tom de voz baixo, quase que falando para dentro.
- Estado emocional : Medo. Pensamento: “Da última vez que eu pedi, ele(a) fez o maior escândalo. O que os vizinhos vão pensar se ele(a) gritar de novo?”.
Nesse caso a mensagem que chega é de uma insegurança e falta de firmeza e consequentemente falta de clareza.
Então como se assegurar que o seu “Não” saia de uma forma mais adequada?
O primeiro passo é perceber que existem várias formas de falar não.
Uma delas é realmente por meio da palavra “não”.
Outra delas, como no 2º exemplo, é por uma outra afirmativa, que direciona o que você realmente quer (ao invés daquilo que você não quer).
Ambas são boas, dependendo do contexto. Por exemplo: Dizer para o seu chefe que você precisa de mais prazo pode ser uma boa alternativa para não parecer tão ríspido e negativo.
Por outro lado, é importante deixar claro para o seu filho(a) que ali existe um limite. E esse limite é mais bem expresso ao falar textualmente palavra não: “Não. Você não pode continuar jogando. Já passou da hora combinada para você desligar o seu videogame.
Isso é um alinhamento do conteúdo verbal da fala.
O segundo passo é alinhar a modulação da voz. E isso está intimamente ligado ao estado emocional e padrões de pensamento.
Porém ao invés de só tentar modular melhor a voz, é importante perceber qual é o seu estado emocional.
Para isso pergunte-se: Como me sinto com esse não?
Com raiva, com medo, triste, ansioso, angustiado, feliz?
Para isso é obrigatório se conhecer um pouco mais.
Na semana que vem eu vou te mostrar o terceiro passo: como fazer os ajustes necessários no estado emocional! Aguarde!
Enquanto isso, que tal experimentar os vários jeitos de falar “não”?