Como acabar de forma definitiva com a “autossabotagem”!

Quem nunca procrastinou, que atire a primeira pedra!

“Ah, amanhã eu compenso na academia!”

“Tenho que economizar, mas… Acabei de ver uma promoçãozinha imperdível!! Mês que vem eu começo a economizar, juro!!!””

Quantas vezes você deixou de fazer “aquilo que deveria fazer para atingir suas metas” e depois ficou se culpando, se criticando…

Ou seja, olhando por esse prisma, em algum momento da sua vida você já se sabotou, certo?
Veremos…

Mas o que é isso que chamamos de autossabotagem?

Quando você quer muito uma coisa, tem um objetivo e age na direção oposta a esse objetivo, está se sabotando. Pelo menos é isso que grande parte das pessoas pensam. E olhando de forma superficial só para o comportamento, isso até faz sentido.

Mas ao analisar de forma mais profunda as motivações que impulsionam as pessoas a alcançarem suas metas e as razões para agirem “deliberadamente” contra elas verá que, como diz Shakespeare:

 “Há mais coisas no Céu e na Terra, Horácio, do que você sonhou em sua filosofia”

Shakespeare

(Minha tradução literal da frase original: “there are more things in heaven and Earth than are dreamt in your philosophy”).

Autossabotagem não existe!

Por isso existe muita gente culpando a autossabotagem pelos insucessos da vida. Dizem que para ter sucesso é só parar com a autossabotagem.

E tenho visto muitas definições de autossabotagem como “agir contra você”, “se defender” etc., mas na real, autossabotagem não existe.

E para entender isso, precisamos aprofundar um pouco em alguns conflitos internos que, em sua grande maioria, são inconscientes.

Vamos pegar a primeira frase “Ah, amanhã eu compenso na academia” como exemplo.

Existem dois desejos aparentemente contraditórios:

  • O desejo de estar em forma e
  • O desejo de consumir algo calórico e muito gostoso!

Suponhamos agora que essa frase tenha sido dita dentro do seguinte cenário:

Uma pessoa estabeleceu uma meta de emagrecer 5 kg, e por isso decidiu fazer dieta e ir para a academia.

Diante disso, o desejo de comer doce é visto como um “sabotador interno” e deve ser eliminado. Afinal de contas, o que esse alimento calórico trará de positivo?

A resposta mais óbvia é: “Nada! Só vai atrapalhar na minha meta!”.

Mas vamos com calma…

Consumir algo calórico traz uma sensação inegável de prazer e bem-estar. E esse é um ponto importante a ser levado em consideração.

Por outro lado, o desejo de estar em forma requer alguns sacrifícios no curto prazo em troca de uma sensação e prazer e bem-estar que surgirá ao atingir a meta de emagrecer os 5 kg.

Então estamos em uma batalha entre:
Ter prazer agora e sofrer no futuro x sofrer agora para ter prazer no futuro.

Ao analisar essa batalha sob a ótica do sofrimento, comer algo calórico me fará sofrer só no futuro… Enquanto abrir mão dessa guloseima e ir para a academia, me fará sofrer agora!

Pensa comigo: Quem em sã consciência trocaria um possível sofrimento no futuro pelo sofrimento certeiro no momento presente?

Agora vamos analisar sob a ótica do prazer e bem-estar:

Se empanturrar de guloseimas te traz um prazer instantâneo e momentâneo.
Deixar de comer e treinar te trará um prazer e bem-estar no futuro…

Então como resolver essa situação, uma vez que tanto comer quanto treinar trarão dor e prazer?

E é aqui que boa parte das pessoas “trava”. Ao tentar suprimir o desejo (e dá para fazer isso por um tempo) conseguem emagrecer, mas quando atingem a meta “liberam geral” e dão vazão à toda aquela vontade suprimida e vivem o famoso efeito sanfona.

No entanto a solução está mais perto do que você imagina, se entender os dois lados.

Uma parte fundamental na solução desse conflito interno é se conscientizar de que tanto o lado que quer ir para a academia e emagrecer, quanto o lado que quer comer, estão buscando basicamente a mesma coisa:

Ter a sensação de prazer e bem-estar.

E compreender isso é fundamental, pois abre espaço para que você busque formas equilibradas de ter prazer no momento presente e no futuro. Ajuda também a descobrir maneiras de atender aos dois lados simultaneamente.

O lado que quer comer acredita que a única fonte de prazer é comer. O lado que quer emagrecer acredita que a única forma de fazer isso é cortando a comida e intensificando muito a atividade física. Mas será?

Quanto desse alimento calórico é necessário para saciar a vontade?

Quanto desse alimento calórico é necessário para estragar tudo?

Será que não existem outras formas de emagrecer?

Será que não existem outras formas de ter prazer no momento presente?

E… Porque você quer emagrecer no final.

Encontrar respostas para essas perguntas ajudam construir soluções que atendam aos dois lados e isso faz com que aquela parte que estava sendo vista como vilã da história deixe de ser colocada de lado e participe da formulação de uma solução que será melhor para todos!

Por isso que no final, autossabotagem não existe!

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