
Sua vida e o seu futuro são definidos pela qualidade das decisões que você toma.
Todos os dias.
Até aqui, nada de diferente de todos os discursos motivacionais.
Mas como tomar uma boa decisão?
Como analisar, entre as todas as possibilidades, qual será a melhor escolha?
Como lidar com o medo de tomar a decisão errada?
E o que fazer se você chegar à conclusão que tomou a decisão errada?
São os tópicos que abordaremos nesse artigo, que é, na verdade, um pequeno manual.
No senso comum, uma boa decisão é aquela que te leva para o objetivo desejado. Ou seja, aquela que faz você atingir aquele resultado que você queria.

E em momentos nos quais você tem tempo, equilíbrio emocional, todas as informações disponíveis e experiência suficiente para “prever o futuro” fica mais fácil tomar a decisão certa, mas convenhamos, com que frequência que todos esses elementos estão à sua disposição? Quase nunca!
Então para buscar tomar uma decisão acertada, precisamos antes saber quais são os 5 elementos envolvidos na tomada de decisão.
E o primeiro, sem dúvidas e o estado emocional.
Quando você está diante te um problema e precisa tomar uma decisão, como você se sente? Angustiado? Ansioso? Inseguro? Confiante? Calmo? Sereno? Em paz?
Observe que a qualidade da sua decisão é altamente influenciada pelo seu estado emocional. Quantas vezes você já tomou uma decisão precipitada e se arrependeu porque se sentiu pressionado para decidir rápido? Note que aqui o ponto não é a questão tempo, mas a percepção de pressão para ter que decidir imediatamente.
Por outro lado, qual é qualidade da decisão e do autojulgamento subsequente (porque toda vez que você toma uma decisão, é natural ficar refletindo e se autoavaliando para saber se a decisão foi certa ou não…) quando você escolhe o que fazer a partir de um estado interno de paz e segurança.
Quer saber a diferença, é só se lembrar da última decisão consciente que tomou. Estava apressado e com medo ou calmo e seguro? Agora imagine esse mesmo cenário ao contrário. Se estava agitado, como seria se estivesse calmo. Se estava seguro, como seria a mesma decisão se estivesse com medo?
Então comece a observar qual é o seu estado emocional na hora de tomar uma decisão. E se estiver agitado, respire…. Se estiver com medo, respire… Se estiver com raiva respire…
Às vezes são necessários somente alguns poucos segundos para mudar o seu estado emocional. Prática de meditação, Mindfulness e terapia ajudam muito a melhorar a percepção das suas emoções e como fazer para estar mais equilibrado.
E começar a se conhecer melhor sobre o aspecto emocional é uma ótima decisão, sempre!
O segundo elemento é a experiência de vida.
Quando você acorda atrasado, qual é a primeira coisa que você faz?
Que critério você usa para escolher a marca do shampoo que você usa?
Muitas das escolhas que você faz são feitas automaticamente. E muitas decisões importantes também são tomadas dessa forma. Por automático digo, sem pensar de forma consciente. É algo como “antes de pensar já decidi”.
Esse processo de automatizar algumas decisões é bom, porque encurta caminhos, facilita a vida principalmente para as coisas mais corriqueiras do cotidiano. E isso acontece porque ao acumular experiências, as pessoas tendem a manter os padrões que trouxeram, ao menos em algum momento, um resultado positivo.
Essa automatização é especialmente útil em processos de decisão que podem ser treinadas. Vemos isso em atividades emergenciais como resgates, atendimentos de emergência, onde a experiência de vivida ajuda a tomar a melhor decisão, por ter sido exaustivamente praticada. Então para tomar boas decisões é preciso viver!

O terceiro é o nível de conhecimento técnico sobre o assunto.
Isso pode ser considerado uma parte da história de vida, embora o nível de conhecimento técnico de uma pessoa não é obrigatoriamente proporcional à história de vida.
Tem pessoas que viveram muito e tem pouco conhecimento sobre um assunto específico e vice-versa e, com certeza, influencia na tomada de decisão. Quem trabalha com investimentos, por exemplo, sabe que para ter maiores chances de tomar a decisão certa é preciso ter conhecimento técnico. Isso não garante o resultado, mas aumenta muito sua chance de acertar.
Então se você precisa tomar uma decisão, certifique-se de que tem o conhecimento técnico para tal, busque a orientação de alguém que tenha ou vá atrás do conhecimento.
O quarto é a análise de cenários.
Ao utilizar de forma combinada sua experiência de vida, o conhecimento técnico e o equilíbrio emocional fica mais fácil construir alguns cenários e alternativas viáveis para aquela decisão.
Analisar cenários é crucial se a sua decisão envolve riscos, perdas e possíveis consequências ruins. Isso não te protege completamente de um desfecho negativo, mas ajuda a encontrar algumas falhas e possíveis soluções.
A maioria das pessoas tem a tendência a focar nos cenários positivos e otimistas, buscando enxergar os ganhos que terão com a decisão. Isso é importante porque traz energia, disposição para fazer a mudança necessária.
Agora igualmente importante é a construção e análise de cenários mais desfavoráveis, para checar quais seriam os possíveis danos e perdas. Para decisões críticas eu sempre aconselho a criação também de um cenário de catástrofe. Isso é particularmente útil para aquelas pessoas que tem muito medo de tomar uma decisão errada.
Ao criar cenários de catástrofe e buscar possíveis soluções ou maneiras de remediar um resultado ruim, você se prepara para o pior. Isso aumenta a tranquilidade na hora de decidir. E caso não haja uma boa solução para um cenário de catástrofe, talvez seja um bom momento para rever os pontos de vulnerabilidade daquela decisão.
Um ponto importante é: Construa pelo menos 3 cenários, para que você tenha realmente a chance de escolher.
E em último lugar, o imponderável.
Você pode controlar a maior parte das variáveis, mas pode ser que existam coisas que saiam fora do seu controle. E quanto mais conhecimento se tem sobre um assunto, mais você perceberá que existem pequenas variáveis que interferem no resultado.
Ter consciência do imponderável te prepara mentalmente para resultados diferentes daquilo que você havia programado. E veja o imponderável pode te trazer boas surpresas!
Esses 5 elementos vão te ajudar a tomar decisões de forma mais assertiva.
E depois de tomar uma decisão, execute! Siga em frente até ver os primeiros resultados.
Algumas pessoas gastam um tempo enorme avaliando e reavaliando suas decisões. Criticando e culpando a si mesmo por ter decidido errado, antes mesmo de ver algum tipo de resultado.
Pensou e decidiu, aja!
Reavalie sua decisão somente após algum resultado ter surgido. Isso evita que você fique preso em um loop interminável de pensamentos autocríticos e autodepreciativos.
E para finalizar, para ter resultados melhores, precisamos tomar decisões melhores. E para tomar decisões melhores precisamos tomar algum tipo de decisão e aprender com elas, ou seja, para tomar decisões melhores, precisamos tomar decisões ruins e aprender com elas!
Espero que esse pequeno manual tenha te ajudado a olhar para o processo de decisão de uma forma mais completa. Perceba que tudo pode ser melhorado! E se fez sentido para você COMPARTILHE!